Ventos soprando forte
Plantas mortas, espinhos de toda sorte
Num cenário cabal, sem vida.
A natureza outrora verde e forte
Jaz inerte, opaca, combalida.
Sulcos profundos, terras escaldantes
Outrora sombras, dos pássaros o gorjeio
Fontes d´água, córregos em seu seio
Hoje um sol raivoso, causticante
Pelo que possa vir de agora em diante.
Terra desnuda, órfã e maltratada
Quanto alimento produzistes antes
Quantos famintos em noites ofuscantes
Buscaram frutos em tuas plantas decepadas
Saciaram a fome às tuas custas, terra amada!
Depois te abateram em cerimônias horripilantes!
Senhor Deus, diz aos humanos
que a terra é mãe e nos dá o pão
Proiba seus métodos profanos
E diz-lhes ser a única opção.
Antes de cairmos nas profundezas
De uma grande e preocupante decepção.
Depois do deserto, longe, uma miragem
A natureza produzindo inesquecíveis imagens
As plantas vivas, as castanheiras
Verdes rios, as águas limpas, lindas margens
Crianças, animais e homens à sua beir.
Poesia criada em Arroio do Meio, outubro de 1994.
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