sábado, 30 de junho de 2012

Nostalgias

Outrora, índios senhores das matas
Em noites de prateado luar
Ao pé de lendárias cascatas
Ficavam à escuta dos guarás a uivar
Inimagináveis belezas fulgurantes
Mulheres morenas com lábios de mel
Sensuais, envolventes, insinuantes
Senhoras divinas com seus amantes
Vivendo nas matas, livres, estonteantes
Até que um dia maldito, um tropel
Cavalos, cavaleiros e mil demônios
Todos amargos com gosto de fel
Chegaram ao paraíso
Que enorme prejuizo
Difamaram aquele santuário
Como irracionais tudo destruiram
Que grande crime fizeram
Não se ouviu mais os guarás
Os papagaios, as gralhas azuis, os urus
O frescor das matas e a sua botânica
Vítimas da ação satânica
Desaparceram
Sumiram
Somente restou
Terra desnuda
Empobrecida
Ressequida
Sem valor
Sem amor
Sem vida.

Poesia criada em outubro de 1995, Arroio do Meio.

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