sábado, 23 de junho de 2012

Meditação

Chuva insistente
Calçadas molhadas
Olhar desolado
A espera do sol
Pessoas caminhando
Sapatos molhados
Cachorro pulguento
Olhar desconfiado
Todo enrolado
Debaixo da escada
Goteiras caindo
Janelas fechadas
A lenha queimando
Fumaça cheirando
Cozinha esquentando
Chaleira chiando
Pipoca estourando
Seu doce sabor
Aconchegante calor
Clima porpício pro amor
A noite chegando
O aguaceiro seguindo
Batendo no zinco
As pessoas dormindo
O cachorro latindo
Quabrando o silêncio
A paz profanando
Em sua vida de cão
Mas... o tempo segue
E... a vida também.

Poesia criada em julho de 1995, Arroio do Meio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário, nossa alegria!