quarta-feira, 27 de junho de 2012

Grande Homem

O grande homem vivia isolado
As grades da altura dos céus
Tão pontiagudas, espetavamos olhos de Deus
Desconhecia os semelhantes seus
Pensava ter vida eterna, coitado
Miserável, mesquinho, cercado
Amarrado à sua rica mansão
Não tinha ninguém por irmão
Em suas cobranças era sarcástico
Sem piedade, sem dor, fantástico
Desconhecia o sentido da palavra "amor"
Era único, absoluto, independente
Sabedor de tudo, onipotente
Mas...
Um dia o sino da igreja badalou
O grande homem tombou
Dele ninguém lembrou
A não ser pelo que cobrou
Ao cemitério alguns o levaram
Em seu túmulo não choraram
Com cimento seu corpo lacraram
E seu dinheiro também...
Nem uma flor
Nem uma dor
Nenhum amor
E... tudo passou.

Poesia criada em agosto de 1995, Arroio do Meio.

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