quarta-feira, 13 de junho de 2012

Fim de Jornada

Vi deuses onipotentes gerando ódio
Vi deuses benevolentes distribuindo amor
Estive nas filas dos humanos normais
Muitos morreram, sobreviveram alguns
Uns me deram conforto e bem estar
Outros me encheram de grande amargor.

Senti meu ser estremecendo
Querendo gritar "me soltem" que imenso pavor
querendo dizer "quero ser compreendido"
Mas o maldito silêncio e o desdém
Quase no fim de um longo caminho
Trazem os dois deuses pra dentro de mim
Então pergunto, quem são vocês?
Quão satânicas são suas identidades
E porque existem imunidades
Pra deuses que fazem mal sem fim?

A resposta vaga pelas nossas vidas
Formando grandes chagas doloridas
Que insistem atingir nossa alma e sentimento
Então num gesto louco e já sem alento
Eu me pergunto, valeu a pena?...
Tratar bem seres humanos máquinas
Que sem amor, feitos de táticas
Passam por cima de tudo como mecenas
Embebedados em suas matemáticas
Que multiplicam a vida e destroem o SER
Sem se importar em suas sistemáticas
Que na vida se vive e se deixa viver.

Poesia criada em Arroio do Meio, setembro de 1994.

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