Ludus Primus
Esta noite o presidente falou
O povo sua fala escutou
Lá fora uma coruja soturna piou
E o João, com fome, mais uma vez nele confiou.
Um político querendo a camisa abotoar
Não fosse a barriga grande a atrapalhar
O reverendo olhando pro céu a rezar
O doutor procurando um cliente pra faturar.
Coloquei mais um copo de cerveja a espumar
Goela abaixo, que delicioso frescor
Na televisão, aidéticos, presidiários, amotinados
Beijos, novelas, cornudos e descornados.
É o teatro da vida a se apresentar
Carniças, escombros e muito temor
Protegidos, excluidos, agraciados, desesperados
Filhos tristes, drogados, mal educados
Pessoas velhas com olhar vazio, tapados
Meu pobre planeta pra onde vai indo?...
O que os humanos estão contigo fazendo?...
Ninguém sabe... não sabemos... não sei...
Poesia criada em Arroio do Meio, 30 de junho de 1995.
Postava como Ludus Primus(primeiro livro em latim)
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